IoT security: definição, principais riscos e táticas de mitigação

Explore o que é IoT security, seus principais riscos e as melhores práticas para mitigar ameaças, alinhando tecnologia, processos e governança.

29 de Dezembro 2025 | 12:30

Aprox. 12 minutos de leitura.


A IoT security tornou-se estratégica para os negócios, sendo essencial para a proteção de dados e o fortalecimento da resiliência cibernética das organizações.

À medida que dispositivos conectados se multiplicam em ambientes domésticos, industriais, hospitalares e urbanos, cresce também a superfície de ataque explorável por agentes maliciosos.

Neste artigo, exploraremos o que é IoT security e quais são os principais riscos associados ao uso de dispositivos IoT.

Além disso, apresentaremos táticas e boas práticas para mitigar essas ameaças, alinhando tecnologia, processos e governança de forma estratégica.

1. O que é IoT security?

IoT security refere-se ao conjunto de práticas, tecnologias, políticas e controles destinados a proteger dispositivos IoT, suas redes, aplicações e os dados que eles coletam, transmitem e processam.

A Internet das Coisas (IoT) é composta por objetos físicos equipados com sensores, atuadores, softwares e conectividade, capazes de trocar informações automaticamente pela internet ou por redes privadas. 

Esses dispositivos variam desde câmeras, fechaduras inteligentes e wearables, até sensores industriais, equipamentos médicos, sistemas de automação predial e infraestrutura crítica.

O grande desafio da IoT security está no fato de que esses dispositivos:

  • São altamente distribuídos;
  • Muitas vezes possuem baixo poder computacional;
  • Utilizam firmwares proprietários;
  • Operam por longos períodos sem atualização;
  • Foram projetados priorizando funcionalidade e custo, e não segurança.

Como resultado, a IoT amplia significativamente o risco cibernético quando não é adequadamente protegida.

2. Por que a IoT security é tão crítica?

A crescente adoção de IoT impacta diretamente três pilares fundamentais da segurança da informação:

  • Confidencialidade: dispositivos IoT coletam dados sensíveis, como informações pessoais, padrões de comportamento, dados industriais e dados de saúde;
  • Integridade: sensores e atuadores comprometidos podem enviar dados falsos ou executar comandos indevidos;
  • Disponibilidade: ataques contra IoT podem interromper operações críticas, causar indisponibilidade de serviços e até impactos físicos.

Além disso, dispositivos IoT frequentemente atuam como porta de entrada para ataques mais amplos, servindo de ponto inicial para movimentação lateral dentro da rede corporativa.

Casos clássicos, como botnets formadas por dispositivos IoT inseguros, mostram que o impacto vai muito além do próprio dispositivo

Ele pode afetar provedores, serviços online e cadeias inteiras de suprimentos digitais.

3. Principais riscos e ameaças em IoT security

A seguir, exploramos os principais riscos associados ao ecossistema IoT, considerando desde o hardware até a camada de aplicações.

3.1. Credenciais fracas ou padrões

Um dos problemas mais comuns em IoT é o uso de:

  • Senhas padrão de fábrica;
  • Credenciais fracas ou hardcoded no firmware;
  • Ausência de mecanismos adequados de autenticação.

Isso permite que atacantes explorem dispositivos em larga escala por meio de ataques automatizados de força bruta ou listas de credenciais conhecidas.

3.2. Falta de atualização e gerenciamento de firmware

Muitos dispositivos IoT:

  • Não recebem atualizações frequentes;
  • Não possuem mecanismos seguros de atualização remota;
  • Permanecem anos em operação com vulnerabilidades conhecidas.

Essa realidade cria um ambiente propício para exploração contínua de falhas já documentadas, sem necessidade de técnicas sofisticadas.

3.3. Comunicação insegura

É comum encontrar dispositivos IoT que:

  • Transmitem dados sem criptografia;
  • Utilizam protocolos legados ou inseguros;
  • Não validam corretamente certificados ou identidades.

Isso facilita ataques como man-in-the-middle, espionagem de dados, sequestro de sessões e manipulação de comandos.

3.4. Exposição desnecessária à internet

Dispositivos IoT frequentemente são expostos diretamente à internet pública, seja por:

  • Configurações incorretas;
  • Abertura indevida de portas;
  • Falta de segmentação de rede.

Essa exposição amplia drasticamente a superfície de ataque e facilita a descoberta automatizada desses dispositivos por mecanismos de varredura global.

3.5. Vulnerabilidades em aplicações e APIs

A IoT não se resume ao dispositivo físico. 

Plataformas de gerenciamento, aplicações web e APIs associadas também representam riscos, incluindo:

  • Falhas de autenticação e autorização;
  • Injeções de código;
  • Quebra de controle de acesso;
  • Exposição indevida de dados.

Um ataque bem-sucedido na aplicação pode permitir o controle total de milhares de dispositivos simultaneamente.

3.6. Riscos à privacidade

Dispositivos IoT coletam dados altamente sensíveis, como:

  • Localização;
  • Hábitos de consumo;
  • Rotinas domésticas;
  • Informações biométricas e médicas.

A ausência de controles adequados pode resultar em vazamentos de dados, monitoramento indevido e uso abusivo de informações pessoais, com impactos legais e reputacionais significativos.

3.7. Ataques de negação de serviço

Dispositivos IoT são alvos frequentes de ataques DDoS tanto como vítimas quanto como vetores. 

Botnets baseadas em IoT exploram dispositivos vulneráveis para gerar grandes volumes de tráfego malicioso, afetando infraestruturas críticas e serviços online.

4. Táticas e estratégias de mitigação em IoT security

Diante desse cenário, a segurança em IoT deve ser abordada de forma estruturada, contínua e integrada à estratégia de cibersegurança da organização. 

A seguir, estão as principais táticas de mitigação.

4.1. Segurança desde o design

A IoT security deve ser incorporada desde a fase de projeto, incluindo:

Incorporar o Security by Design permite criar dispositivos IoT mais seguros desde a origem, reduzindo riscos futuros e os custos relacionados à correção de falhas.

4.2. Autenticação forte e gestão de identidades

É fundamental implementar mecanismos robustos de autenticação, como:

  • Certificados digitais por dispositivo;
  • Autenticação multifator quando aplicável;
  • Identidades únicas e não reutilizáveis;
  • Rotação periódica de credenciais.

A gestão adequada de identidades impede o uso indevido de dispositivos comprometidos.

4.3. Criptografia de dados em trânsito e em repouso

Toda comunicação IoT deve utilizar:

  • Protocolos seguros (TLS, DTLS, HTTPS);
  • Criptografia de dados armazenados localmente e em nuvem;
  • Proteção de chaves criptográficas no hardware ou em módulos seguros.

Isso garante confidencialidade e integridade mesmo em redes inseguras.

4.4. Segmentação de rede e arquitetura zero trust

Dispositivos IoT não devem compartilhar a mesma rede que sistemas críticos. 

Boas práticas incluem:

  • Segmentação por VLANs;
  • Microsegmentação;
  • Políticas zero trust, onde nenhum dispositivo é confiável por padrão.

Essa abordagem limita o impacto de um comprometimento isolado.

4.5. Monitoramento contínuo e detecção de ameaças

Ambientes IoT devem ser monitorados continuamente para identificar:

  • Comportamentos anômalos;
  • Comunicações suspeitas;
  • Tentativas de acesso não autorizado;
  • Desvios de configuração.

A integração com SIEM, SOC ou plataformas de gestão de incidentes permite resposta rápida e coordenada.

4.6. Gerenciamento de vulnerabilidades e atualizações

É essencial estabelecer processos para:

  • Inventariar todos os dispositivos IoT;
  • Avaliar vulnerabilidades conhecidas;
  • Aplicar patches e atualizações de firmware de forma segura;
  • Descontinuar dispositivos sem suporte.

Sem visibilidade, não há segurança efetiva.

4.7. Governança, políticas e conscientização

Por fim, IoT security não é apenas tecnologia. 

Envolve também:

A maturidade em segurança depende do alinhamento entre pessoas, processos e tecnologias.

5. Considerações finais

A Internet das Coisas continuará crescendo e se integrando cada vez mais aos processos críticos das organizações. 

Nesse contexto, ignorar a segurança em IoT não é mais uma opção.

Tratar IoT Security como um componente estratégico da cibersegurança é fundamental para reduzir riscos, garantir conformidade regulatória e proteger ativos digitais e físicos.

Organizações que adotam uma abordagem proativa, baseada em visibilidade, automação, integração e boas práticas de segurança, estarão mais preparadas para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais conectado.

Entre em contato com a Diazero Security e descubra como nossas soluções podem fortalecer a segurança e resiliência do ambiente IoT da sua organização.


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