Zero trust: entenda o modelo de segurança de confiança zero

Explore os fundamentos e vantagens do Zero Trust e descubra como o modelo de confiança zero pode otimizar as defesas da sua organização.

19 de Março 2024 | 15:30

Aprox. 13 minutos de leitura.


Diante do contínuo aumento das ciberameaças, as organizações cada vez mais buscam estratégias de segurança sólidas e inovadoras para salvaguardar seus ativos digitais. Nesse contexto, o Zero Trust, ou modelo de confiança zero, tem adquirido destaque como uma abordagem que desafia as premissas tradicionais de segurança de rede.

Neste artigo, exploraremos em detalhes o conceito de Zero Trust. Abordaremos suas bases fundamentais e as vantagens substanciais que ele oferece em comparação com os modelos tradicionais de cibersegurança. 

Além disso, analisaremos o funcionamento do Zero Trust Network Access (ZTNA), uma tecnologia crucial que possibilita a implementação eficaz desse modelo inovador.

Continue a leitura para entender como o Zero Trust pode fortalecer a segurança da sua organização e prepará-la para enfrentar as ameaças cibernéticas emergentes.

O que é Zero Trust ou modelo de confiança zero?

O modelo Zero Trust desafia a concepção tradicional de que os usuários dentro da rede de uma organização são automaticamente confiáveis. Ele parte do princípio de que nenhuma entidade, interna ou externa, deve ser considerada totalmente confiável. Isso significa que o acesso a recursos é concedido com base no menor privilégio necessário, e a autenticação e autorização contínuas são exigidas em todo acesso.

Em contraste, o modelo de segurança tradicional, conhecido como "castelo e fosso", presume que os usuários dentro da rede são confiáveis, dificultando o acesso externo. No entanto, uma vez dentro da rede, os invasores têm liberdade de movimento, representando um risco significativo. Além disso, a dispersão dos dados em provedores de nuvem torna difícil ter um único controle de segurança para toda a rede.

O Zero Trust reduz essas vulnerabilidades ao adotar a premissa de que ninguém é confiável por definição. Portanto, a verificação é exigida para todos que tentam acessar recursos da rede, independentemente de estarem dentro ou fora dela. Assim, essa abordagem adiciona uma camada extra de proteção contra violações de dados, ajudando a evitar prejuízos substanciais para as organizações.

Quais os fundamentos da arquitetura zero trust?

Como supracitado, o modelo Zero Trust desafia a noção tradicional de "rede segura" e propõe uma abordagem mais proativa e adaptável para proteger as organizações. Esse modelo se baseia em 5 princípios fundamentais:

  • Acesso com base no menor privilégio necessário: um princípio fundamental do modelo Zero Trust é o conceito de privilégio mínimo. Ele limita o acesso dos usuários apenas ao necessário, reduzindo sua exposição a partes sensíveis da rede. Isso envolve um gerenciamento rigoroso das permissões dos usuários para evitar acesso não autorizado. As VPNs não são ideais para essa abordagem, já que concedem acesso amplo à rede após o login;
  • Verificação e autenticação continuas: a abordagem de confiança zero assume que existem invasores tanto dentro quanto fora da rede, eliminando a confiança implícita em usuários e dispositivos. Isso implica na verificação contínua da identidade e privilégios do usuário, além da segurança do dispositivo. Os tempos de login e conexões expiram periodicamente para forçar a reautenticação;
  • Segmentação de rede: a microssegmentação de redes é outro princípio essencial do modelo Zero Trust. É crucial dividir os perímetros de segurança em zonas menores para manter o acesso separado entre diferentes partes da rede. Apenas usuários autorizados podem acessar cada zona, reduzindo assim a superfície de ataque e aumentando significativamente a segurança da rede;
  • Controle de acesso dos dispositivos: o  Zero Trust exige controles de acesso rigorosos para dispositivos, monitorando sua autorização, verificando possíveis comprometimentos e limitando a superfície de ataque da rede. Isso complementa os controles de acesso do usuário, fortalecendo a segurança geral da rede;
  • Autenticação multifator (MFA): a autenticação de múltiplos fatores também é fundamental para a abordagem de confiança zero. Ao exigir múltiplas formas de autenticação para conceder acesso, a MFA reforça a proteção da rede significativamente.

Quais as principais vantagens do modelo de confiança zero?

O Zero Trust oferece uma estratégia abrangente e proativa para proteger os recursos de TI das empresas. Confira abaixo as principais vantagens de adotar esse modelo de segurança cibernética:

  • Redução da superfície de ataque: o Zero Trust atua como uma barreira, minimizando a área vulnerável a ataques. Através da microsegmentação da rede, do acesso com base no menor privilégio e da autenticação multifator, a superfície de ataque é drasticamente diminuída. Isso dificulta significativamente o trabalho dos invasores, limitando seus pontos de entrada e restringindo o acesso a recursos críticos;
  • Contenção de movimentos laterais: mesmo que um invasor consiga penetrar a primeira linha de defesa, o modelo Zero Trust impede sua progressão dentro da rede. A microsegmentação cria compartimentos isolados, contendo o ataque a um único segmento e evitando sua proliferação para áreas mais críticas. O monitoramento contínuo e a análise de comportamento permitem a detecção rápida de atividades anormais, facilitando a contenção e resposta ao incidente;
  • Mitigação do Impacto do roubo de credenciais: o roubo de credenciais é um dos métodos mais utilizados por invasores. O modelo Zero Trust, através da autenticação multifator e da segmentação da rede, torna o uso de credenciais roubadas menos eficaz. Mesmo que um invasor obtenha acesso, o impacto é limitado ao segmento específico, minimizando os danos potenciais. A detecção e resposta a incidentes garantem uma resposta rápida e eficaz para conter o ataque;
  • Otimização de recursos e de eficiência: o modelo Zero Trust não apenas protege a organização, mas também otimiza os recursos disponíveis. Além de reduzir os prejuízos causados por violações de dados, essa abordagem diminui a necessidade de investir em hardware e software de segurança tradicionais. Além disso, impulsiona a automação dos processos de segurança, permitindo uma resposta mais rápida e eficiente a ameaças em constante evolução.

Como funciona o Zero Trust Network Access (ZTNA)?

As técnicas tradicionais de segurança para conexões remotas, como VPNs, CASBs e SWGs, revelaram uma série de falhas nos últimos anos. Isso ficou ainda mais evidente com o aumento da mobilidade e da adoção de redes definidas por software.

  • VPN (Virtual private network): embora proteja a conexão até a borda da rede, concede acesso irrestrito à rede interna após a autenticação, tornando-se inadequada para redes com microperímetros e recursos sensíveis;
  • CASB (Cloud Access Security Broker): oferece segurança para aplicativos SaaS, contudo é limitado em ambientes dinâmicos devido à rigidez de suas políticas;
  • SWG (Secure web gateway): protege o acesso à web, mas falha em proteger outros tipos de tráfego, como aplicativos SaaS e serviços em nuvem, criando pontos cegos na segurança.

Nesse contexto, o Zero Trust Network Access (ZTNA) emerge como uma tecnologia que supera tais lacunas ao implementar o modelo de confiança zero. O ZTNA atua como uma barreira, ocultando a maior parte da infraestrutura e dos serviços, estabelecendo conexões criptografadas individualizadas entre dispositivos e recursos específicos.

Similarmente ao perímetro definido por software (SDP), os dispositivos conectados no ZTNA não possuem visibilidade além dos recursos aos quais estão diretamente conectados. A analogia de troca de números de telefone entre duas pessoas que precisam se comunicar ilustra bem essa característica. O ZTNA utiliza endereços IP, aplicativos e serviços não listados, criando conexões individuais entre usuários e os recursos necessários, garantindo um acesso granular e segmentado.

No entanto, para manter a segurança contínua, essas conexões no ZTNA exigem verificação constante e recriação periódica. Essa dinâmica garante que apenas dispositivos e usuários autorizados obtenham acesso aos recursos, reforçando a postura de confiança zero.

Conclusão

Em conclusão, o modelo Zero Trust é uma abordagem inovadora para proteger os ativos digitais das organizações em um ambiente cibernético cada vez mais hostil. 

Ao desafiar a premissa de confiança implícita nas redes tradicionais, o Zero Trust promove uma postura defensiva mais proativa e adaptável. Suas premissas, como a verificação contínua de identidade e o princípio do menor privilégio, proporcionam uma base sólida para a implementação eficaz da abordagem de confiança zero.

O Zero Trust Network Access (ZTNA) desempenha um papel fundamental na implementação eficaz do modelo de confiança zero. O ZTNA oferece controle de acesso baseado em políticas e validação contínua de identidade e contexto. Isso permite que as organizações fortaleçam suas defesas cibernéticas, garantindo que apenas usuários legítimos tenham acesso aos recursos de rede.

Se você deseja saber mais sobre como otimizar as defesas cibernéticas da sua empresa, não hesite em agendar uma avaliação gratuita com um de nossos especialistas. 

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