Plano de Continuidade de Negócios (PCN) em cibersegurança: como implementar?

Explore como implementar um Plano de Continuidade de Negócios (PCN) eficaz com a metodologia PDCA da ISO 22301 e fortaleça a ciber-resiliência da sua empresa.

25 de Novembro 2024 | 13:00

Aprox. 12 minutos de leitura.


A implementação de um Plano de Continuidade de Negócios (PCN) é fundamental para garantir a resiliência organizacional, especialmente diante de crises cibernéticas.

A norma ISO 22301:2019 oferece uma estrutura sólida para o desenvolvimento e manutenção de um Sistema de Gestão de Continuidade de Negócios (SGCN), orientando as empresas na preparação, resposta e recuperação durante incidentes críticos. 

Neste artigo, exploraremos os principais requisitos da ISO 22301, incluindo a adaptação da norma no Brasil pela ABNT. 

Também destacaremos os benefícios de um PCN bem estruturado e apresentaremos os passos essenciais para implementar um plano eficaz, utilizando a metodologia "Plan Do Check Act" (PDCA) da ISO 22301.

O que estabelece o ISO 22301:2019 sobre o Plano de Continuidade de Negócios (PCN)?

A ISO 22301:2019 é uma norma internacional que define os requisitos para estabelecer, manter e melhorar um Sistema de Gestão de Continuidade de Negócios (Business Continuity Management System – BCMS). 

No campo da cibersegurança, essa norma fornece diretrizes essenciais para proteger organizações contra interrupções e reduzir a probabilidade de incidentes. 

Além disso, orienta na preparação, resposta e recuperação de operações diante de crises cibernéticas ou outras adversidades.

A ISO 22301:2019 oferece uma estrutura sólida para ajudar organizações a manterem suas operações durante incidentes como ataques cibernéticos ou falhas críticas. 

Essa norma garante resiliência cibernética ao estabelecer práticas eficazes de continuidade frente a desafios de segurança digital.

A norma considera que as empresas devem ter um BCMS capaz de suportar ciberataques e outros tipos de interrupções, garantindo a continuidade dos serviços e a proteção dos ativos de informação.

Dentre os principais requisitos, destacam-se:

  1. Implementação de políticas de continuidade: a norma exige políticas claras de continuidade, focadas na proteção e resiliência dos sistemas de TI contra ameaças cibernéticas;
  2. Avaliação de riscos e impacto: o BCMS deve analisar riscos e impactos de ciberameaças, facilitando a definição de prioridades na proteção de sistemas críticos;
  3. Planos de resposta a incidentes e recuperação: a ISO 22301:2019 exige planos documentados que detalhem procedimentos de resposta e recuperação. Em cibersegurança, esses planos devem incluir ações para mitigar ameaças como ransomware e DDoS;
  4. Capacidade de manutenção de operações essenciais: mesmo diante de um ciberataque grave, a organização deve assegurar a entrega de produtos e serviços em capacidade mínima. Isso é crucial para mitigar danos reputacionais e financeiros causados por interrupções prolongadas;
  5. Aprimoramento contínuo da resiliência: a norma incentiva a revisão e melhoria contínua do BCMS para acompanhar o desenvolvimento das ciberameaças, fortalecendo a resiliência organizacional.

Como o Plano de Continuidade de Negócios (PCN) é normatizado no Brasil?

No Brasil, a norma que estabelece os requisitos para a implementação de um Sistema de Gestão de Continuidade de Negócios (SGCN) é a ABNT NBR ISO 22301

Essa norma, publicada em 2020 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e emendada em 2024, é uma adaptação da diretriz internacional ISO 22301:2019 ao contexto brasileiro.

A norma especifica uma estrutura e requisitos detalhados para que as organizações brasileiras possam implementar e manter um SGCN eficaz. 

Ela abrange desde a identificação e análise de riscos até a definição de estratégias e ações para garantir a continuidade das operações em caso de incidentes.

Principais pontos abordados pela norma:

  • Planejamento: a norma exige que as organizações criem um plano detalhado de continuidade de negócios, abrangendo processos críticos e suas dependências. Ela também estabelece a necessidade de definir ações específicas para serem implementadas em caso de interrupções;
  • Organização: a norma estabelece a necessidade de criar uma estrutura organizacional responsável pela gestão da continuidade de negócios, definindo papéis e responsabilidades;
  • Comunicação: a norma destaca a importância de uma comunicação eficaz, interna e externa, para manter os stakeholders informados sobre o plano de continuidade de negócios;
  • Teste e avaliação: a norma exige testes regulares do plano para garantir sua eficácia, além de avaliações periódicas para identificar melhorias necessárias.

Benefícios de um  Plano de Continuidade de Negócios (PCN)

As vantagens de implementar um PCN são diversas e abrangentes, impactando positivamente diversos aspectos do negócio.

Os principais benefícios de um PCN são:

  • Antecipação e prevenção de riscos: o PCN possibilita identificar e analisar riscos internos e externos, permitindo implementar medidas preventivas para minimizar seus impactos na empresa;
  • Agilidade na resposta a crises: com um plano pré-definido, a empresa pode reagir rapidamente a crises, reduzindo o tempo de recuperação e minimizando perdas;
  • Disseminação de uma cultura de prevenção: a elaboração e implementação do PCN promovem uma cultura organizacional voltada à prevenção de riscos e fortalecimento da resiliência;
  • Comunicação eficaz em crises: o PCN define mensagens e canais para situações de crise, assegurando comunicação clara e transparente com stakeholders em momentos críticos;
  • Recuperação rápida de desastres: ao seguir o plano, a empresa pode restaurar suas operações mais rapidamente após um incidente, minimizando os prejuízos financeiros e operacionais.
  • Mitigação dos efeitos da crise: o PCN ajuda a minimizar os impactos da crise, protegendo a reputação, satisfação dos clientes e confiança dos investidores;
  • Tranquilidade para os mercados financeiros: demonstrar que a empresa possui um PCN bem estruturado pode tranquilizar os mercados financeiros, reduzindo o risco percebido pelos investidores;
  • Fortalecimento da credibilidade do líder: um líder que demonstra proatividade e capacidade de lidar com crises fortalece sua credibilidade e aumenta a confiança dos colaboradores;
  • Diferencial competitivo: empresas com um PCN bem estruturado podem se destacar da concorrência, demonstrando maior resiliência e capacidade de adaptação;
  • Redução de custos com seguros cibernéticos: algumas seguradoras oferecem descontos para empresas que possuem um PCN, reconhecendo a redução do risco associada à sua implementação.

Como implementar um Plano de Continuidade de Negócios (PCN) na sua empresa?

O uso da metodologia "Plan Do Check Act" (PDCA), fornecida pela norma ISO 22301, é um excelente ponto de partida para estruturar e otimizar um Plano de Continuidade de Negócios (PCN). 

A seguir, demonstramos como aplicar o PDCA no desenvolvimento do PCN da sua empresa.

EtapaDescrição
Planejamento (Plan)
Execução (Do)
  • Desenvolver medidas de segurança e processos para mitigar riscos;
  • Treinar a equipe e fornecer ferramentas necessárias;
  • Garantir que todos compreendam responsabilidades e procedimentos de resposta a incidentes.
Verificação (Check)
  • Realizar testes periódicos para validar a eficácia do PCN;
  • Simular cenários de crise, como ataques de ransomware;
  • Avaliar o desempenho dos sistemas e da equipe;
  • Identificar áreas de melhoria.
Ação (Act)
  • Revisar e ajustar o plano com base nos testes realizados;
  • Corrigir falhas identificadas;
  • Implementar um ciclo contínuo de avaliação e aprimoramento;
  • Garantir alinhamento com necessidades da empresa e riscos emergentes.

Conclusão

A implementação de um Plano de Continuidade de Negócios (PCN) é fundamental para assegurar a resiliência operacional das organizações, especialmente diante de ciberataques e interrupções críticas.

A ISO 22301:2019, juntamente com sua adaptação pela ABNT, oferece um framework abrangente para proteger ativos críticos e garantir a rápida recuperação das operações.

Ao adotar a metodologia PDCA, as empresas podem fortalecer suas estratégias de continuidade, mitigando riscos e mantendo a confiança de clientes, investidores e parceiros.

Na Diazero Security, oferecemos consultoria especializada em segurança da informação para desenvolver e implementar um PCN alinhado às necessidades específicas da sua organização.

Entre em contato conosco para criar um PCN sob medida, fortalecendo a resiliência da sua empresa e garantindo preparação frente a incidentes cibernéticos.


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