Teste de phishing: um guia prático para simulação de ataques

Descubra como executar um teste de phishing na prática, desde o planejamento até a análise dos resultados e a elaboração de um plano de melhorias.

23 de Setembro 2024 | 15:35

Aprox. 17 minutos de leitura.


O teste de phishing é uma simulação projetada para avaliar a capacidade de uma organização em detectar e responder a tentativas de fraude online, imitando ataques reais. 

Essa prática permite identificar vulnerabilidades nos sistemas e nos comportamentos dos funcionários, ajudando a aprimorar a segurança cibernética. 

Neste artigo, vamos explorar as diferentes etapas de um teste de phishing. 

Abordaremos desde o planejamento até a execução, análise dos resultados e a criação de um plano de melhorias para aumentar a resiliência da empresa contra ataques futuros. 

Tenha uma ótima leitura!

Tipos de ataques de phishing

Os ataques de phishing assumem diversas formas, adaptando-se para enganar as vítimas de maneiras cada vez mais sofisticadas.

A seguir, são apresentados os tipos mais comuns e suas principais características.

  1. Phishing tradicional: nesta forma clássica de ataque, os cibercriminosos enviam e-mails falsos que imitam organizações confiáveis, como bancos ou empresas de comércio eletrônico. Esses e-mails geralmente contêm links para sites fraudulentos ou anexos maliciosos, projetados para coletar informações sensíveis como senhas, dados de cartões de crédito etc.;
  2. Spear phishing: diferente do phishing em massa, o spear phishing é um ataque altamente direcionado. Os crackers personalizam as mensagens após estudar a vítima, que pode ser uma pessoa específica ou um grupo dentro de uma empresa. Essa abordagem aumenta a credibilidade do ataque, tornando-o mais eficaz ao criar um falso senso de urgência;
  3. Whaling: também conhecido como "caça às baleias", o whaling é uma variante do spear phishing focada em executivos de alto escalão, como CEOs e diretores. Esses ataques são meticulosamente planejados, utilizando detalhes corporativos precisos para induzir a vítima a realizar ações prejudiciais, como transferir dinheiro ou compartilhar informações confidenciais;
  4. Vishing: no vishing, os criminosos utilizam ligações telefônicas para enganar suas vítimas. Fingindo ser representantes de instituições legítimas, como bancos ou empresas de telecomunicações, eles solicitam dados confidenciais. Com táticas de engenharia social, os cibercriminosos criam situações de urgência para persuadir a vítima a compartilhar informações rapidamente;
  5. Smishing: o smishing é semelhante ao vishing, mas utiliza mensagens de texto (SMS) em vez de chamadas telefônicas. As mensagens podem parecer avisos legítimos de bancos ou de empresas, contendo links maliciosos ou solicitações de dados pessoais.

Planejando um teste de phishing

Realizar um teste de phishing eficaz exige um planejamento cuidadoso, que deve considerar vários aspectos essenciais para garantir a precisão e a utilidade dos resultados. 

Nesta seção, abordaremos os principais elementos desse processo para assegurar uma abordagem estratégica e eficiente.

Estabelecendo os objetivos do teste de phishing

Antes de realizar um teste de phishing, é essencial definir claramente os objetivos que se deseja alcançar. 

Metas bem estabelecidas não só orientam a execução do teste, como também auxiliam na medição da eficácia e na análise dos resultados. 

Aqui estão os principais pontos a serem considerados:

  • Avaliar a capacidade de detecção: testar a habilidade dos membros da organização em identificar e relatar e-mails de phishing de maneira eficiente;
  • Identificar vulnerabilidades nos sistemas: mapear falhas em filtros de spam, firewalls e outras ferramentas de segurança;
  • Testar a eficácia dos treinamentos: avaliar se os treinamentos de conscientização em segurança cibernética estão atingindo os resultados esperados;
  • Aumentar a conscientização: melhorar a vigilância dos colaboradores e a conscientização sobre phishing por meio da simulação de ataques reais;
  • Cumprir requisitos regulatórios: garantir que a organização esteja em conformidade com normas de proteção de dados, como a LGPD.

Definindo os participantes e o tipo e periodicidade dos testes

Após estabelecer os objetivos do teste de phishing, é fundamental definir o tipo de ataque, o público-alvo e a periodicidade das simulações.

  • Escolha o tipo de phishing: a escolha do tipo de phishing deve refletir as vulnerabilidades específicas da organização. Para equipes que recebem muitas comunicações externas, o phishing tradicional e o spear phishing são apropriados. Se o foco são altos executivos, o whaling é mais relevante. Além disso, considere vishing e smishing conforme os canais de comunicação utilizados pela organização;
  • Defina os participantes: Idealmente, todos os funcionários devem participar dos testes de phishing. No entanto, priorize departamentos ou cargos que lidam com informações sensíveis ou que frequentemente recebem e-mails de clientes para uma avaliação mais direcionada;
  • Estabeleça a frequência das simulações: a periodicidade deve ser ajustada conforme o nível de risco e as mudanças nas ameaças. É recomendável realizar testes trimestrais e aumentar a frequência em períodos críticos, como após a adoção de novas tecnologias.

Criando um e-mail de phishing falso

Para criar um e-mail de phishing eficaz para testes, é crucial que ele imite a aparência e as técnicas usadas em ataques reais. 

Um e-mail falso deve incorporar métodos comuns de cibercriminosos e apresentar sinais típicos de phishing.

Veja abaixo algumas dicas para elaborar e-mails falsos eficazes.

Torne os e-mails atrativos:

  • Solicite ações urgentes: criar um senso de urgência aumenta as chances de resposta rápida;
  • Explore emoções: use medo ou excitação para motivar a ação;
  • Ofereça recompensas: incentivos como prêmios podem tornar o e-mail mais tentador;
  • Utilize figuras de autoridade: e-mails que aparentam vir de executivos ou gestores podem ser mais persuasivos.

Incorpore sinais comuns de phishing:

  • Gramática e ortografia: pequenos erros podem ser um sinal de fraude, embora os atacantes estejam cada vez mais sofisticados;
  • Saudações genéricas: e-mails que começam com saudações genéricas, como "Caro Cliente", podem ser suspeitos e são comuns em ataques de phishing;
  • Domínios estranhos: e-mails provenientes de domínios desconhecidos também costumam ser um sinal de alerta;
  • Anexos e links suspeitos: links encurtados ou com formatos estranhos são frequentemente usados para mascarar destinos maliciosos;
  • Solicitações urgentes de dados: pedidos rápidos por informações confidenciais são frequentemente usados em ataques.

Para uma equipe já familiarizada com phishing, misture sinais óbvios com técnicas mais sutis para tornar os testes mais desafiadores e realistas. 

Definindo as métricas do teste de phishing

Para avaliar a eficácia de um teste de phishing, é essencial definir métricas claras que indiquem o sucesso ou a necessidade de melhorias. As principais métricas a considerar incluem:

  • Taxa de clique: mede a porcentagem de funcionários que clicaram nos links dos e-mails de phishing. Uma taxa alta pode indicar a necessidade de reforçar o treinamento;
  • Taxa de reporte: avalia a porcentagem de funcionários que reconheceram e relataram o e-mail como phishing. Um aumento nessa taxa demonstra uma maior conscientização e eficácia do treinamento;
  • Tempo de resposta: verifica o tempo médio que os funcionários levaram para identificar e relatar o phishing. Tempos mais rápidos indicam uma melhor capacidade de detecção;
  • Feedback qualitativo: coleta de comentários dos participantes sobre a clareza e a dificuldade do e-mail de phishing. Isso pode ajudar a ajustar a complexidade dos testes futuros;
  • Comparação com testes anteriores: compara os resultados atuais com os de testes anteriores para avaliar o progresso ao longo do tempo e identificar tendências.

Executando o teste de phishing

Após o planejamento cuidadoso do teste de phishing, chega o momento de enviar as mensagens e monitorar as interações dos funcionários com os e-mails simulados.

Envio das mensagens falsas

Inicie configurando a simulação de phishing com base nos objetivos previamente estabelecidos. 

Utilize ferramentas especializadas que permitam personalizar e enviar e-mails ou mensagens falsas, imitando de forma precisa as técnicas utilizadas em ataques reais. 

Após configurar a simulação, envie as mensagens de phishing para os participantes conforme o escopo definido. 

Mantenha a comunicação discreta para não perturbar a rotina normal dos funcionários. 

Para obter uma visão abrangente do comportamento dos usuários, é recomendável enviar os e-mails ou mensagens em horários variados ao longo do dia.

Monitoramento da interação

Durante o teste, monitore as interações dos funcionários com as mensagens de phishing. 

Configure a ferramenta de simulação para registrar dados sobre como os usuários interagem, como cliques em links e fornecimento de informações. 

É essencial também acompanhar o tempo de resposta dos funcionários e a frequência com que identificam e relatam a simulação.

Analisando os resultados e criando um plano de melhorias

Após a execução do teste de phishing, a análise dos resultados é crucial para identificar as vulnerabilidades da organização e implementar ações corretivas. 

Através da avaliação das métricas estabelecidas, é possível identificar as áreas que requerem mais atenção e, com base nisso, desenvolver um plano de melhorias eficaz.

Uso da Escala de Phishing do NIST para avaliação

Uma ferramenta valiosa para a análise de testes de phishing é a Escala de Phishing do NIST (National Institute of Standards and Technology) dos EUA. 

Essa escala oferece um método estruturado para avaliar a dificuldade de detecção de phishing por parte dos usuários, considerando dois componentes principais:

  • Características observáveis do e-mail: avaliam-se indicadores visuais, como erros gramaticais, endereços de e-mail suspeitos, links maliciosos e a presença de anexos. A quantidade e a natureza dessas pistas influenciam diretamente na dificuldade de detecção;
  • Alinhamento do enredo com o público-alvo: analisa-se a relevância do conteúdo do e-mail para o destinatário, considerando eventos atuais, informações internas da organização e o perfil do usuário. Um enredo mais personalizado e alinhado com as atividades do usuário aumenta a probabilidade de sucesso do ataque.

A combinação desses dois componentes permite uma avaliação mais precisa da eficácia do ataque de phishing e da vulnerabilidade dos usuários.

Criação de um plano de melhorias

Com base na análise dos resultados, é possível elaborar um plano de melhorias focado em fortalecer a segurança da organização. Algumas ações que podem ser implementadas incluem:

  • Treinamento personalizado: desenvolver programas de treinamento específicos para os grupos de funcionários que apresentaram maior vulnerabilidade, abordando as falhas identificadas nos testes;
  • Engajamento contínuo: implementar campanhas de conscientização regulares para manter os funcionários atualizados sobre as últimas ameaças e melhores práticas de segurança;
  • Melhoria dos processos internos: revisar os processos internos da organização para identificar e eliminar possíveis falhas que facilitem a execução de ataques de phishing;
  • Implementação de ferramentas de segurança: adotar ferramentas de segurança como firewalls, sistemas de detecção de intrusão e soluções de e-mail security para fortalecer a proteção da organização;
  • Simulações de ataques mais sofisticados: realizar testes de phishing com cenários mais complexos e realistas para avaliar continuamente a eficácia das medidas de segurança implementadas.

Conclusão

Testes de phishing são essenciais para organizações que buscam aumentar sua resiliência cibernética

Simulando ataques reais, essas avaliações expõem vulnerabilidades nos sistemas e no comportamento dos funcionários, oferecendo insights valiosos para melhorias. 

Com um planejamento estratégico, execução cuidadosa e análise detalhada, é possível reforçar a segurança, otimizar treinamentos e implementar soluções tecnológicas mais eficazes.

A Diazero Security é especialista em conduzir campanhas de phishing simuladas, trabalhando com a equipe de TI interna para manter os colaboradores atentos a fraudes. 

Essas simulações não só ampliam o conhecimento sobre phishing, mas também ajudam a criar uma cultura de segurança mais robusta e proativa, reduzindo significativamente os riscos futuros.

Entre em contato e descubra como podemos fortalecer a segurança cibernética da sua empresa.


CONTEÚDOS RELACIONADOS

Acessar
19 de Janeiro 2024 Segurança Segurança

Como o Google Cloud Platform garante a segurança na nuvem?

Saiba como o Google Cloud Platform oferece recursos para desenvolver e gerenciar aplicativos na nuvem com flexibilidade e segurança.

Acessar
22 de Dezembro 2023 Segurança Segurança

Backups de rotina: uma estratégia essencial para a segurança empresarial

Descubra como backups de rotina protegem negócios contra perdas de dados, garantindo continuidade e confiança no mercado.