CVE em risco: consequências de uma eventual interrupção do programa

Explore os riscos de uma possível interrupção do programa CVE e entenda como isso pode impactar a segurança cibernética em escala global

16 de Abril 2025 | 15:40

Aprox. 6 minutos de leitura.


O programa CVE é um dos pilares da segurança cibernética global, essencial para identificar e mitigar vulnerabilidades em escala.

Nesta semana, a possibilidade de interrupção do seu financiamento pelo governo dos EUA acendeu um importante sinal de alerta para toda a comunidade de cibersegurança.

Neste artigo, exploramos os riscos de uma eventual descontinuidade, a resposta emergencial ao impasse e como as organizações podem se preparar para fortalecer sua resiliência diante desse cenário.

A importância do programa CVE para a cibersegurança

O Common Vulnerabilities and Exposures (CVE) é um dos pilares da segurança cibernética global. 

Criado em 1999 e operado pela MITRE Corporation, o programa serve como uma referência centralizada para falhas de segurança publicamente conhecidas. 

Os identificadores CVE são utilizados por governos, empresas e profissionais de segurança para rastrear, mitigar e comunicar vulnerabilidades.

A relevância do programa vai muito além dos Estados Unidos da América (EUA). 

Trata-se de uma infraestrutura crítica que apoia o ecossistema global de segurança digital, permitindo ações coordenadas contra ciberameaças — desde campanhas de ransomware até vulnerabilidades de zero-day.

O risco de interrupção e a resposta emergencial

Nesta semana, a notícia de que o contrato entre o Departamento de Segurança Interna dos EUA e o MITRE não seria renovado causou preocupação imediata. 

A interrupção afetaria não só a continuidade do banco de dados, mas também a capacidade das empresas em responder rapidamente a novas vulnerabilidades.

Felizmente, a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA) interveio, renovando o contrato com a MITRE em uma reviravolta de última hora. 

Mesmo assim, o episódio expôs a fragilidade de depender de um único contrato governamental para sustentar uma base de dados crítica à segurança global.

Possíveis consequências de uma futura interrupção

Apesar da renovação emergencial, o episódio levanta a questão: “E se o financiamento for cortado novamente?” 

A interrupção do programa CVE poderia gerar:

  1. Atrasos na divulgação de vulnerabilidades, dificultando a resposta rápida de profissionais de segurança;
  2. Fragmentação das fontes de inteligência de ameaças, forçando empresas a recorrerem a bancos de dados alternativos, nem sempre padronizados;
  3. Maior exposição a ataques cibernéticos, especialmente em infraestruturas críticas;
  4. Impacto na confiança global, já que o CVE é utilizado por ferramentas de gestão de vulnerabilidades em escala internacional.

Alternativas e resiliência do ecossistema digital

Embora a MITRE seja a principal operadora do CVE, existem outras Autoridades de Nomeação de CVE (CNAs) autorizadas a emitir identificadores. 

Além disso, a base de dados de vulnerabilidades do NIST (NVD) — que utiliza os IDs do CVE — permanece ativa e não foi impactada.

Contudo, especialistas alertam que a suspensão da emissão de novos CVEs comprometeria a atualização desses bancos e ferramentas, afetando diretamente a postura de segurança de milhares de organizações.

O que as empresas podem fazer?

Enquanto o futuro do financiamento permanece incerto, as organizações precisam diversificar suas fontes de inteligência e adotar estratégias mais resilientes. 

Algumas recomendações incluem:

  • Monitorar bases alternativas como a lista de vulnerabilidades exploradas conhecidas (KEV) da CISA;
  • Fortalecer o relacionamento com fornecedores de software e segurança, para acesso direto a alertas de vulnerabilidades;
  • Utilizar ferramentas de gestão de vulnerabilidades que integrem múltiplas fontes de dados;
  • Participar de iniciativas comunitárias e apoiar a sustentabilidade de projetos abertos e críticos para a segurança digital.

Conclusão

O episódio envolvendo o programa CVE destaca a urgência de soluções mais sustentáveis na gestão global de vulnerabilidades. 

Apesar da renovação do contrato com a MITRE, a dependência de um único operador segue sendo um ponto crítico. 

O CVE é fundamental para a cibersegurança — inclusive na Diazero Security, onde é usado para padronizar a identificação de vulnerabilidades, threat hunting e resposta a incidentes. 

Garantir a continuidade desse recurso é essencial para proteger empresas e infraestruturas em escala global.


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