Em um cenário de ciberameaças cada vez mais sofisticadas, assegurar a integridade dos aplicativos tornou-se uma prioridade crucial para os desenvolvedores.
Os testes de vulnerabilidade desempenham um papel crucial nesse processo, e três abordagens principais se destacam: SAST, DAST e IAST.
Neste artigo, exploraremos cada uma dessas metodologias, detalhando seu funcionamento, benefícios e limitações.
Além disso, ofereceremos um breve panorama comparativo das três abordagens para que você compreenda melhor como cada uma contribui para a proteção de aplicativos. Boa leitura!
Como o SAST (Teste Estático de Segurança de Aplicativos) funciona?
O Teste Estático de Segurança de Aplicativos (SAST) é um procedimento empregado para analisar o código-fonte de uma aplicação e identificar possíveis vulnerabilidades.
Utilizado principalmente durante a fase de desenvolvimento, o SAST é crucial nos estágios iniciais e ao trabalhar com componentes isolados.
Essa é a única abordagem viável antes que um protótipo esteja em execução.
As ferramentas SAST são capazes de identificar automaticamente e com alta precisão vulnerabilidades críticas, como cross-site scripting (XSS) e injeção de SQL.
Estas ferramentas variam desde plug-ins simples para IDEs (ambientes de desenvolvimento integrados), que alertam sobre sintaxes inseguras, até analisadores de código independentes que examinam repositórios inteiros e simulam fluxos de dados.
Devido à sua especificidade para cada linguagem de programação, frequentemente é necessário usar múltiplas ferramentas para bases de código que utilizam várias linguagens.
Benefícios
- Verificação eficaz do código estático: permite a análise do código sem a necessidade de uma aplicação em execução, facilitando a detecção precoce de vulnerabilidades;
- Integração fácil: as ferramentas SAST são facilmente integráveis em IDEs e outras ferramentas de desenvolvimento, promovendo uma abordagem contínua de segurança;
- Análise abrangente: capaz de verificar toda a base de código, incluindo trechos que não estão atualmente em uso, proporcionando uma visão completa das possíveis vulnerabilidades.
Limitações
- Compreensão limitada: ferramentas SAST têm dificuldade em entender a intenção do desenvolvedor e o uso do código, o que pode levar a resultados menos precisos;
- Propensão a falsos positivos: devido à sua incapacidade de verificar a explorabilidade, o SAST é propenso a emitir falsos alarmes. Por isso, ele pode favorecer a negligência de alertas importantes;
- Ferramentas específicas: necessita de ferramentas diferentes para cada linguagem de programação, aumentando a complexidade e os custos de implementação;
- Escopo limitado: limitado ao código em desenvolvimento ativo, excluindo códigos legados ou desatualizados, o que pode deixar lacunas na segurança.
Como o DAST (Teste Dinâmico de Segurança de Aplicativos) funciona?
O Teste Dinâmico de Segurança de Aplicativos (DAST) é uma metodologia que simula as ações de um atacante para identificar vulnerabilidades que crackers podem explorar.
Esse teste pode ser executado empregando tanto ferramentas manuais, como testes de penetração, quanto soluções totalmente automatizadas, como scanners de vulnerabilidades.
O DAST é capaz de interagir com a aplicação da mesma forma que um agente de ameaças real faria.
Ele envia solicitações HTTP maliciosas para a aplicação, analisando as respostas para identificar comportamentos suspeitos e possíveis vulnerabilidades.
Essa abordagem permite encontrar falhas que podem ocorrer em tempo de execução e que não são visíveis em uma análise estática do código.
Benefícios
- Identificação de vulnerabilidades exploráveis: o DAST é excelente em encontrar vulnerabilidades que podem ser diretamente exploradas por atacantes, como injeção SQL, cross-site scripting (XSS) etc.;
- Independência do framework empregado: não importa a linguagem de programação utilizada, o DAST pode ser aplicado a qualquer aplicação web ou API;
- Não requer código-fonte: o DAST pode ser utilizado mesmo sem acesso ao código-fonte, tornando-o ideal para testar aplicações de terceiros ou componentes de código aberto.
Limitações
- Requer uma aplicação em execução: para realizar o teste, é necessário ter a aplicação em funcionamento, o que pode exigir um ambiente de teste;
- Cobertura limitada: o DAST apenas testa o código que está em execução durante o teste. Por isso, ele não é capaz de identificar todas as vulnerabilidades presentes no código;
- Precisão da localização de problemas: a localização exata da vulnerabilidade no código pode ser mais difícil de determinar em comparação com outras metodologias.
Como o IAST (Teste Interativo de Segurança de Aplicativos) funciona?
O Teste Interativo de Segurança de Aplicativos (IAST) representa um avanço significativo na área de segurança de aplicações web.
Ao combinar a precisão do teste estático (SAST) com a praticidade do teste dinâmico (DAST), o IAST oferece uma abordagem mais abrangente e eficiente para identificar e corrigir vulnerabilidades.
O IAST funciona instrumentando a aplicação em execução, ou seja, inserindo agentes ou sensores no código para monitorar seu comportamento.
Esses agentes coletam informações sobre as interações da aplicação, como solicitações e respostas HTTP, fluxo de dados, e até mesmo o estado interno da aplicação.
Ao analisar esses dados em tempo real, o IAST pode identificar padrões que indicam a presença de vulnerabilidades, como injeções SQL, XSS e outras.
Benefícios
- Precisão e rapidez: o IAST oferece resultados precisos e detalhados, incluindo a localização exata da vulnerabilidade no código, o que agiliza o processo de correção;
- Integração com o CI/CD: o IAST se integra perfeitamente aos pipelines de CI/CD, permitindo a identificação de vulnerabilidades nas primeiras fases do desenvolvimento;
- Redução de falsos positivos: ao analisar o contexto da aplicação, o IAST reduz significativamente a quantidade de falsos positivos, tornando a triagem dos resultados mais eficiente;
- Cobertura abrangente: o IAST combina as vantagens do SAST e DAST, oferecendo uma cobertura mais ampla de vulnerabilidades;
- Corrigir vulnerabilidades mais cedo: ao identificar vulnerabilidades durante a fase de desenvolvimento, o IAST permite corrigir os problemas de forma mais rápida e econômica.
Limitações
- Cobertura de linguagem limitada: o IAST é específico para a linguagem da aplicação testada e suporta apenas frameworks modernos, apresentando cobertura restrita para algumas linguagens. Devido a essas limitações, ele é mais eficaz quando combinado com outras ferramentas de testagem;
- Requer ambiente de teste maduro: para maximizar os benefícios do IAST, é necessário um ambiente de teste bem definido e moderno, com uma arquitetura de desenvolvimento atual;
- Impacto na performance: os agentes do IAST podem afetar o desempenho da aplicação, causando possíveis desacelerações nas operações.
Breve comparativo entre SAST, DAST e IAST
Diante da diversidade de opções disponíveis para a segurança das suas aplicações, escolher a ferramenta adequada e integrá-la eficazmente à sua estratégia pode ser desafiador.
Para facilitar essa decisão, apresentamos uma tabela comparativa entre SAST, DAST e IAST, destacando as características essenciais de cada abordagem.
Este resumo ajudará na avaliação precisa, permitindo que você identifique a ferramenta que melhor atende às necessidades de segurança durante o desenvolvimento de seus aplicativos.
Característica | SAST | DAST | IAST |
Método de análise | Análise do código-fonte | Análise da aplicação em execução | Instrumentação da aplicação em execução |
Fase de uso | Fase de desenvolvimento (antes da execução) | Fase de testes (requer a aplicação em funcionamento) | Fase de testes/QA (integra-se ao CI/CD) |
Cobertura | Específico para cada linguagem e framework; múltiplas ferramentas podem ser necessárias | Independente da linguagem e framework; pode testar qualquer aplicação web ou API | Limitada às linguagens e frameworks modernos; mais eficaz quando combinado com outras soluções |
Requisitos | Necessita do código-fonte para análise | Não requer código-fonte; realiza testes diretamente na aplicação em execução | Não requer código-fonte, mas exige um ambiente de teste bem definido |
Identificação de falhas | Identifica vulnerabilidades críticas no código, como XSS e injeção de SQL | Identifica vulnerabilidades exploráveis em tempo de execução, como XSS e injeção SQL | Oferece precisão na localização de vulnerabilidades e combina as vantagens do SAST e DAST |
Conclusão
Em conclusão, SAST, DAST e IAST são ferramentas essenciais para testes de vulnerabilidade de aplicativos, cada uma oferecendo uma perspectiva única sobre a segurança do software.
O SAST, com sua análise estática, permite identificar falhas desde as fases iniciais do desenvolvimento.
O DAST examina o comportamento do aplicativo em tempo real, capturando vulnerabilidades que surgem durante a execução.
O IAST combina ambas as perspectivas, oferecendo uma visão detalhada e interativa da segurança do aplicativo enquanto ele está em uso.
Em vez de optar por apenas uma dessas abordagens, o ideal é integrá-las em uma estratégia de DevSecOps abrangente.
Essa combinação contribui para a otimização da segurança ao longo de todo o ciclo de vida do desenvolvimento de software.
Adotar uma abordagem combinada permite que as organizações identifiquem e corrijam vulnerabilidades de forma mais eficaz, promovendo uma postura de segurança contínua e proativa.
Dessa forma, a escolha e implementação adequada dessas ferramentas não só aprimoram a segurança dos aplicativos, mas também fortalecem a integração da segurança nas práticas diárias do desenvolvimento de software.
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