O cross-site scripting (XSS) é uma das vulnerabilidades de alto risco mais comuns em aplicativos da web atualmente.
Apesar de sua gravidade amplamente reconhecida, continua sendo uma das ameaças mais negligenciadas por desenvolvedores e profissionais de cibersegurança.
Os ataques de XSS ocorrem quando crackers injetam scripts executáveis em páginas da web confiáveis, visando o navegador dos usuários e não o próprio aplicativo.
Neste artigo, exploraremos o funcionamento do cross-site scripting, abordando os diferentes tipos de ataques e seus focos de exploração.
Discutiremos também as consequências potenciais desses ataques e forneceremos diretrizes práticas para que desenvolvedores e usuários possam implementar medidas preventivas eficazes.
O objetivo é oferecer uma compreensão abrangente do XSS e promover melhores práticas para proteger aplicativos e dados contra essa ameaça crítica.
O que é e como funciona o cross-site scripting (XXS)?
Os cibercriminosos realizam os ataques de cross-site scripting (XSS), conhecidos pela sigla XSS, injetando código malicioso em sites que, a princípio, são confiáveis.
Diferentemente de outros ciberataques, que têm como alvo o próprio aplicativo, o XSS foca diretamente nos usuários do aplicativo web.
Nesse tipo de ataque, os invasores inserem scripts maliciosos em funcionalidades vulneráveis do site que aceitam entradas do usuário, como barras de pesquisa, caixas de comentários ou formulários.
Esses scripts são então incorporados ao conteúdo dinâmico entregue ao navegador da vítima.
Uma vez que o navegador do usuário não consegue distinguir entre código malicioso e código legítimo, ele executa o script malicioso como se fosse seguro.
Isso permite que os scripts acessem cookies, tokens de sessão e outras informações confidenciais armazenadas no navegador.
Além disso, os invasores podem utilizar XSS para espalhar malware, modificar o conteúdo dos sites, causar problemas em redes sociais e realizar phishing para obter credenciais de usuário.
Embora associem o XSS frequentemente ao JavaScript, crackers podem explorar a vulnerabilidade usando qualquer linguagem do lado do cliente.
Tipos de ataques de cross-site scripting (XXS)
O XSS pode ser classificado em diferentes tipos, dependendo da forma como o código malicioso é inserido e executado na aplicação.
XSS refletido
Nesse tipo de ataque, o cracker injeta código malicioso em uma entrada do usuário e o servidor, sem realizar a devida validação, reflete essa entrada diretamente na resposta HTTP, tornando-a parte do conteúdo da página.
Quando a vítima acessa a página, o código malicioso é então executado no contexto do navegador.
XSS armazenado
O atacante insere o código malicioso em um ponto persistente da aplicação, como um banco de dados ou um fórum.
Quando um usuário acessa o conteúdo armazenado, o código malicioso é incluído na página e executado no navegador da vítima.
XSS baseado em DOM
Diferentemente dos outros tipos, o XSS baseado em DOM não necessariamente envolve a manipulação do servidor.
Essa variante do ataque explora uma vulnerabilidade existente no código JavaScript do cliente.
O cibercriminoso explora falhas no código JavaScript para modificar o DOM dinamicamente, inserindo código malicioso que será então executado no contexto do navegador da vítima.
Focos de exploração dos ataques de cross-site scripting (XXS)
Ao analisar os ataques de XSS, podemos distinguir dois focos principais de exploração da vulnerabilidade: o cliente (o navegador do usuário) e o servidor.
XSS no cliente
Ataques desse tipo ocorrem quando um atacante consegue inserir código JavaScript diretamente na página web, geralmente através de uma chamada JavaScript insegura.
Essa injeção pode acontecer tanto a partir de dados enviados pelo usuário (XSS refletido) quanto de dados armazenados no cliente (como cookies) ou no servidor (como bancos de dados) e posteriormente carregados na página.
XSS no servidor
A vulnerabilidade se concentra no código do servidor, que incorretamente inclui dados não confiáveis do usuário diretamente na resposta HTTP.
Isso significa que o cracker consegue inserir código malicioso no HTML que será enviado para o navegador do usuário.
Essa injeção pode ocorrer tanto em tempo real (XSS refletido) quanto ao armazenar dados do usuário no servidor (XSS armazenado).
Consequências dos ataques de cross-site scripting (XXS)
Ao explorar vulnerabilidades de cross-site scripting (XSS) em aplicações web, os atacantes podem realizar uma série de ações maliciosas:
- Roubo de credenciais: através de formulários de login falsos, os atacantes podem capturar as credenciais dos usuários, permitindo que acessem outras contas online da vítima;
- Exfiltração de dados: crackers podem extrair dados pessoais, informações financeiras e outros dados confidenciais da aplicação e enviá-los para servidores sob seu controle;
- Sequestro de contas: uma das táticas mais comuns é o sequestro de sessões de usuários legítimos. Ao roubar cookies de autenticação, os atacantes podem se passar por usuários autorizados, acessando informações confidenciais e realizando ações em seu nome;
- Execução de código arbitrário: ao injetar código JavaScript, os cibercriminosos podem executar qualquer ação que o navegador da vítima permita. Isso inclui a instalação de malware, a realização de ataques de força bruta e a negação de serviço;
- Ataques de engenharia social: atacantes podem utilizar XSS para criar páginas falsas que induzem os usuários a fornecer informações confidenciais ou executar ações que os beneficiem;
- Ataques de drive-by: ao infectar sites populares, os crackers podem comprometer um grande número de usuários, sem que eles precisem clicar em links maliciosos;
- Desfiguração de sites: os atacantes podem alterar o conteúdo de páginas web, exibindo mensagens ofensivas ou propagandas.
Medidas preventivas contra ataques de cross-site scripting (XXS)
Para minimizar o risco de sofrer um ataque XSS, tanto desenvolvedores quanto usuários devem adotar medidas preventivas. Confira a seguir as principais medidas de segurança recomendadas.
Para desenvolvedores
- Varreduras de vulnerabilidades: realizar varreduras regulares em busca de vulnerabilidades em suas aplicações web é essencial. O uso de ferramentas especializadas pode auxiliar na identificação de pontos fracos que atacantes podem explorar ativamente;
- Filtragem rigorosa de entradas: é fundamental filtrar cuidadosamente toda e qualquer entrada do usuário para remover qualquer código potencialmente malicioso, como tags HTML e scripts. Essa prática, conhecida como sanitização de dados, é fundamental para impedir que crackers injetem código malicioso em suas aplicações;
- Uso de frameworks seguros: utilizar frameworks e bibliotecas robustas, que já possuem mecanismos de proteção contra XSS, pode agilizar o desenvolvimento de aplicações seguras;
- Atualizações constantes: mantenha seu site e software de servidor sempre atualizados. As atualizações de software geralmente incluem correções de segurança que podem corrigir vulnerabilidades exploradas em ataques XSS;
- Implementação de Content Security Policy (CSP): CSP é um mecanismo de segurança que permite controlar as fontes de conteúdo que podem ser carregadas em uma página web, restringindo assim a execução de scripts não confiáveis.
Para usuários
- Seja cauteloso com sites públicos: evite inserir informações pessoais em sites públicos que não confie;
- Desconfie de links e e-mails suspeitos: evite clicar em links desconhecidos, especialmente aqueles recebidos por e-mail ou em mensagens instantâneas. Além disso, verifique sempre o endereço URL completo antes de acessar um site;
- Mantenha seus softwares atualizados: mantenha seu sistema operacional, navegador e outros softwares atualizados com as últimas correções de segurança;
- Use senhas fortes e únicas: crie senhas fortes e únicas para cada conta online e utilize um gerenciador de senhas para facilitar a gestão;
- Utilize extensões de segurança: algumas extensões de navegador podem ajudar a bloquear scripts maliciosos e a identificar sites perigosos.
Conclusão
O cross-site scripting (XSS) continua sendo uma das vulnerabilidades mais comuns e perigosas em aplicações web.
Ao compreender os mecanismos por trás desses ataques e adotando as medidas preventivas adequadas, é possível proteger significativamente seus sistemas e dados.
A mitigação dos riscos associados ao XSS envolve a implementação de práticas de codificação seguras, a validação rigorosa das entradas e a utilização de ferramentas de segurança.
No entanto, a segurança cibernética é um desafio em constante evolução.
Conforme os atacantes desenvolvem novas técnicas, as organizações precisam se adaptar e adotar uma abordagem proativa para a segurança.
É nesse contexto que a estratégia DevSecOps ganha destaque.
Ao integrar a segurança em todas as fases do ciclo de vida do desenvolvimento de software, as organizações podem identificar e corrigir vulnerabilidades de forma mais eficiente, reduzindo o tempo de exposição a riscos.
A adoção de uma cultura de segurança, que envolve todos os membros da equipe de desenvolvimento, é fundamental para o sucesso da estratégia DevSecOps.
A automatização de testes de segurança, a realização de varreduras de vulnerabilidades contínuas e a colaboração entre desenvolvedores e profissionais de cibersegurança são práticas essenciais para garantir a segurança das aplicações.
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