No cenário digital contemporâneo, as fronteiras entre o real e o virtual estão se tornando cada vez mais tênues.
Deepfakes, gerados por inteligência artificial para criar vídeos realistas, têm alimentado debates acalorados sobre cibersegurança.
Este fenômeno global tem levado a debates fervorosos no Brasil, onde a interseção entre tecnologia e segurança é uma preocupação crescente.
Com os avanços na tecnologia de deepfakes, a capacidade de discernir entre conteúdo autêntico e fabricado está se tornando uma tarefa hercúlea.
O impacto potencial na esfera da cibersegurança é imensurável, com ameaças que vão desde a desinformação até a extorsão.
Este artigo explora os riscos associados aos deepfakes e como eles estão reformulando o domínio da cibersegurança, especialmente no contexto brasileiro.
Qual a tecnologia por trás de deepfakes?
Os deepfakes são criados utilizando tecnologias avançadas de Inteligência Artificial (IA), particularmente Redes Adversariais Generativas (GANs).
As GANs são constituídas por duas redes neurais, uma rede geradora que cria novos dados, e uma rede discriminadora que avalia esses dados.
A rede geradora tenta criar dados que são indistinguíveis dos dados reais, enquanto a rede discriminadora tenta distinguir entre dados reais e fabricados.
Com cada iteração, a rede geradora aprimora sua habilidade em gerar dados realistas.
Além das GANs, outras técnicas de IA como aprendizado supervisionado e não supervisionado, bem como redes neurais convolucionais, também são empregadas na criação de deepfakes.
A sofisticação da IA utilizada em deepfakes está avançando rapidamente, tornando cada vez mais desafiador para os sistemas de detecção identificar mídia fabricada.
Riscos associados aos deepfakes
Os deepfakes desafiam a noção de autenticidade digital, criando réplicas virtuais convincentes de indivíduos reais.
Desde 2017, esses conteúdos maliciosos se proliferaram na internet e pode ter repercussões graves.
Na indústria financeira, por exemplo, podem ser utilizados para criar comunicações falsas de executivos a fim de manipular ações ou enganar acionistas.
No setor de entretenimento, os Deepfakes podem ser usados para criar conteúdo falsificado que danifica a reputação de artistas e criadores de conteúdo.
Na esfera política, podem ser usados para disseminar desinformação e manipular eleições.
A seguir, entenda um pouco mais sobre os principais riscos provocados pela disseminação de deepfakes.
1. Desinformação e manipulação de opinião
Os deepfakes podem ser usados para disseminar desinformação, manipular opiniões e criar narrativas falsas.
A imitação realista de voz e visuais pode explorar o elemento humano, muitas vezes o elo mais fraco em cibersegurança.
Criminosos podem usar deepfakes para roubar credenciais ao se passar por membros da equipe de TI ou executivos de alto nível em formatos de vídeo, ou áudio.
2. Ameaças personalizadas
Os cibercriminosos podem utilizar deepfakes para criar ameaças personalizadas, como emails de phishing ou spear phishing que imitam a voz ou a aparência de um colega de trabalho ou líder empresarial.
Essas ameaças personalizadas podem ser extremamente eficazes para enganar os indivíduos e obter acesso não autorizado a sistemas ou informações sensíveis.
3. Fraude e identidade falsa
A tecnologia deepfake pode ser utilizada para criar identidades falsas ou assumir a identidade de outras pessoas. Isso pode ser usado em fraudes financeiras, acesso não autorizado a sistemas e informações, e outras atividades ilícitas.
A usurpação de identidade pode agravar os riscos apresentados pelas fraudes deepfake, já que os cibercriminosos podem usar identidades roubadas para criar deepfakes mais convincentes ou usar deepfakes para perpetrar mais roubos de identidade.
4. Extorsão e chantagem
Os deepfakes também podem ser utilizados em campanhas de extorsão e chantagem. Por exemplo, vídeos comprometedores fabricados podem ser criados para manchar a reputação de indivíduos ou organizações.
Além disso, os deepfakes podem ser usados para criar situações fraudulentas que exigem pagamento para evitar consequências negativas.
Leia também: Quais os setores sofrem mais ciberataques?
Legislação e ética em face aos deepfakes
Assim como diversos países, o Brasil está navegando pelas águas turbulentas da regulamentação. Globalmente, há uma variação considerável nas abordagens regulatórias.
A rápida proliferação dessa tecnologia tem levado legisladores a considerar novas leis e regulamentações para abordar os desafios apresentados pelos deepfakes.
A questão ética dos deepfakes é complexa. Enquanto a tecnologia pode ser usada para fins criativos e educacionais, o uso mal-intencionado representa uma ameaça significativa à privacidade e à segurança dos indivíduos e organizações.
Estratégias para se proteger de deepfakes
O setor tecnológico está contrapondo essa ameaça com inovações em detecção e verificação.
Novas ferramentas e plataformas estão sendo desenvolvidas para identificar automaticamente o conteúdo fabricado e alertar os usuários sobre a sua autenticidade.
Estão sendo criadas soluções que incorporam marcas d'água digitais e outros indicadores de autenticidade para ajudar a verificar o conteúdo digital.
Além disso, é essencial investir em educação digital e conscientização dos usuários sobre as novas ameaças desse ambiente. Saiba mais!
Educação e conscientização
A educação emerge como uma poderosa aliada. Treinamentos regulares podem ajudar a educar os funcionários sobre os perigos dos deepfakes e como identificá-los.
Além disso, campanhas de conscientização pública podem ajudar a educar o público em geral sobre os riscos associados aos deepfakes e como se proteger contra eles.
Soluções tecnológicas
Uma abordagem eficaz para mitigar os riscos dos deepfakes envolve a implementação de soluções tecnológicas.
Recursos de cibersegurança baseados em Inteligência Artificial (IA) podem ser mobilizados para detectar esse tipo de conteúdo. Além disso, tecnologias de verificação de mídia e autenticação podem ajudar a verificar a autenticidade do conteúdo digital.
Estratégias proativas
Organizações e indivíduos podem adotar estratégias proativas para se preparar para a ameaça de deepfakes.
Isso inclui estabelecer protocolos de verificação de identidade, educar funcionários e stakeholders sobre os riscos, e investir em tecnologias de detecção e verificação de mídia.
Planos de resposta a incidentes
Ter um plano de resposta a incidentes bem elaborado é crucial. Este plano deve incluir procedimentos para a identificação, gestão e comunicação de incidentes envolvendo deepfakes, bem como estratégias para a recuperação e a mitigação de danos.
Qual o futuro dos deepfakes?
A inovação contínua na tecnologia de detecção e verificação será essencial para se manter à frente da curva e garantir que a integridade digital seja mantida em face da evolução das ameaças de deepfakes, um desafio sério, mas não insuperável.
Unindo tecnologia, legislação sólida e conscientização pública, podemos atenuar os riscos ligados a essa nova forma de mídia sintética.
A comunidade de cibersegurança no Brasil e em todo o mundo deve continuar a inovar e colaborar para se manter um passo à frente dos atores maliciosos que buscam explorar as falhas em nossos sistemas digitais.
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