Single Sign-on (SSO): funções, benefícios e implementação

Explore como o Single Sign-On (SSO) funciona, seus principais protocolos, configurações, benefícios e riscos, além de boas práticas de implementação.

15 de Julho 2025 | 13:30

Aprox. 14 minutos de leitura.


O Single Sign-On (SSO) é uma solução robusta que simplifica o processo de autenticação, reduz riscos de segurança e aprimora significativamente a experiência do usuário.

Em um cenário corporativo cada vez mais digitalizado, a gestão de acessos tornou-se uma prioridade estratégica para organizações que buscam proteger ativos e otimizar operações.

Nesse contexto, o SSO destaca-se como uma ferramenta essencial para unificar e controlar o acesso a múltiplos sistemas de forma prática e segura.

Neste artigo, apresentaremos um panorama completo sobre o funcionamento do SSO, explorando os principais protocolos e tipos de configuração utilizados.

Além disso, abordaremos seus benefícios mais relevantes, os riscos associados à sua adoção e as boas práticas recomendadas para uma implementação eficiente e segura.

1. O que é Single Sign-On (SSO)?

Single Sign-On (SSO) é um método de autenticação que permite aos usuários acessarem múltiplos sistemas, aplicativos ou serviços utilizando um único conjunto de credenciais. 

Ou seja, após fazer login uma única vez, o usuário pode transitar entre diferentes sistemas sem precisar se autenticar novamente.

O SSO funciona por meio da federação de identidades, na qual um provedor de identidade (IdP) autentica o usuário. 

Em seguida, essa autenticação é compartilhada com diferentes provedores de serviço (SPs), permitindo acesso contínuo a aplicativos, plataformas SaaS ou sistemas internos sem a necessidade de novos logins.

A analogia mais comum é a de um visitante de um bar que apresenta sua identidade apenas na primeira compra de bebida. 

A partir de então, é reconhecido durante o resto da noite. 

O SSO funciona de forma semelhante: uma vez autenticado, o usuário tem acesso liberado aos recursos conectados.

2. Como o Single Sign-On (SSO) funciona?

O processo de autenticação via SSO é intermediado por tokens de autenticação, que atuam como “carimbos digitais” temporários. 

Esses tokens são armazenados no navegador do usuário ou nos servidores do provedor de identidade e servem para comprovar sua autenticação aos sistemas conectados.

Esses tokens são transmitidos entre o IdP e os SPs para comprovar a identidade do usuário sem que ele precise inserir suas credenciais novamente.

Etapas do processo de autenticação com SSO:

  1. O usuário tenta acessar um aplicativo (SP);
  2. O SP redireciona o usuário para o provedor de identidade (IdP);
  3. O IdP solicita o login (caso não esteja autenticado);
  4. Se as credenciais forem válidas, um token de autenticação é emitido;
  5. O usuário é redirecionado de volta ao SP com o token;
  6. O SP valida o token e concede acesso;
  7. O mesmo token pode ser reutilizado para acesso a outros sistemas conectados durante a sessão.

Essa abordagem centralizada não apenas facilita o uso, mas também permite uma gestão mais eficaz de sessões e identidades.

3. Tipos de protocolos e configurações utilizados no Single Sign-On (SSO)

Para que o SSO funcione de maneira eficaz e segura, é essencial o uso de protocolos padronizados e configurações apropriadas ao ambiente de TI. 

Esses elementos são responsáveis por garantir a interoperabilidade entre sistemas, a confidencialidade dos dados e a confiabilidade da autenticação.

3.1. Principais protocolos de autenticação em SSO

O SSO se apoia em protocolos amplamente reconhecidos, que padronizam a comunicação entre provedores de identidade (IdP) e provedores de serviço (SP). 

Os mais utilizados são:

  • SAML (Security Assertion Markup Language): baseado em XML, permite a troca de informações de autenticação e autorização entre IdPs e SPs. É amplamente usado em soluções corporativas baseadas na web;
  • OAuth 2.0: permite o compartilhamento de permissões entre sistemas sem expor senhas, sendo comum em integrações com serviços de terceiros (ex.: login com Facebook ou Google);
  • OpenID Connect (OIDC): baseado no OAuth 2.0, adiciona uma camada de identidade, ideal para aplicações móveis e APIs;
  • Kerberos: protocolo tradicional em ambientes on-premises que utiliza criptografia simétrica e emissão de tickets de autenticação.

3.2. Tipos de configuração de SSO

A implementação do SSO pode variar conforme o contexto tecnológico e as necessidades da organização. 

Abaixo, exploramos os principais tipos de configuração utilizados:

  • SSO Social: utiliza credenciais de redes sociais (Google, Facebook). É prático, mas traz riscos elevados de segurança;
  • SSO Corporativo (eSSO): voltado para empresas, funciona como um gerenciador de senhas automatizado;
  • SSO Federado: baseado em padrões como SAML e OIDC, facilita o login entre domínios e serviços diferentes;
  • SSO em Nuvem: utilizado com serviços como Azure AD, Okta e Google Workspace;
  • SSO Móvel: integra autenticação com biometria e dispositivos móveis;
  • SSO com Smart Cards: utilizado em ambientes de alta segurança, como governo e saúde.

4. Benefícios do Single Sign-On (SSO)

A adoção do Single Sign-On (SSO) traz uma série de vantagens tanto para os usuários quanto para as equipes de TI.

Abaixo, destacamos os principais benefícios dessa abordagem.

4.1. Melhoria da experiência do usuário

Com uma única senha, os usuários acessam todos os sistemas necessários, o que reduz a fadiga de senha, acelera o login e aumenta a produtividade.

4.2. Redução de custos com suporte técnico

Menos senhas esquecidas significa menos chamadas ao suporte para redefinições. Isso libera a equipe de TI para focar em atividades estratégicas.

4.3. Maior segurança

Apesar de parecer contraintuitivo, o SSO é mais seguro por vários motivos:

  • Os usuários tendem a criar senhas mais fortes, já que precisam lembrar de apenas uma;
  • Evita o uso de senhas repetidas em diferentes sistemas;
  • Facilita a aplicação de autenticação multifator (MFA) em um ponto centralizado;
  • Reduz a superfície de ataque, já que menos senhas são armazenadas em sistemas distintos.

4.4. Controle centralizado e monitoramento

As políticas de acesso podem ser aplicadas uniformemente, e as atividades dos usuários são registradas centralmente, facilitando auditorias e conformidade com normas como LGPD.

4.5. Menos shadow IT

Com acesso facilitado a ferramentas aprovadas, os usuários têm menos incentivo para buscar alternativas fora da política de segurança da empresa.

4.6. Escalabilidade

O SSO é adaptável ao crescimento da organização, permitindo fácil integração de novos aplicativos e usuários.

5. Riscos e desvantagens do Single Sign-On (SSO)

Embora ofereça inúmeras vantagens, o SSO apresenta alguns riscos que devem ser considerados:

  1. Ponto único de falha: se as credenciais de SSO forem comprometidas, o invasor poderá acessar todos os sistemas conectados. A autenticação multifator é essencial para mitigar esse risco;
  2. Sequestro de sessão ou token: tokens de autenticação podem ser interceptados se não forem devidamente protegidos, o que pode permitir ataques de hijacking;
  3. Erros de configuração: falhas como certificados inválidos ou permissões excessivas podem abrir brechas críticas;
  4. Risco na cadeia de suprimentos: se o provedor de SSO for comprometido, todas as organizações que dependem dele podem ser afetadas;
  5. Complexidade de implementação: sistemas legados e integrações específicas podem dificultar a adoção do SSO e exigir tempo e conhecimento técnico avançado;
  6. Dependência de fornecedor: a empresa pode ficar presa à solução de um fornecedor, limitando a flexibilidade futura.

6. Como implementar o Single Sign-On (SSO)

A implementação bem-sucedida do SSO requer uma abordagem estratégica.

A seguir, abordamos as etapas essenciais para esse processo.

I. Definir objetivos e escopo

Antes de qualquer ação, é necessário definir quais sistemas serão integrados e qual será o objetivo principal: segurança, produtividade, conformidade, etc.

II. Escolher o protocolo adequado

  • SAML para ambientes corporativos;
  • OAuth para apps web e móveis;
  • OIDC para APIs.

III. Selecionar um provedor de identidade (IdP)

Plataformas como Okta, OneLogin, Azure AD ou Ping Identity são amplamente utilizadas. É essencial integrá-las com o diretório interno (LDAP ou Active Directory).

IV. Configurar provedores de serviço (SPs)

Cada aplicação deve ser configurada para confiar no IdP, garantindo que aceite os tokens e sessões autenticadas.

V. Proteger a solução

  • Aplicar MFA;
  • Utilizar RBAC (controle de acesso baseado em funções);
  • Monitorar e registrar atividades de login.

VI. Realizar testes e implantação gradual

Testes de integração são cruciais. A implementação deve ser acompanhada de treinamentos e materiais de onboarding.

7. Considerações finais

O Single Sign-On (SSO) representa uma das soluções mais eficazes para enfrentar os desafios da autenticação em ambientes corporativos modernos. 

Ao permitir acesso a diversos sistemas com um único login, ele simplifica a gestão de acessos, aumenta a produtividade, reforça a segurança e facilita a conformidade.

Contudo, sua implementação exige planejamento estratégico, escolha de protocolos adequados, integração com provedores confiáveis e medidas de proteção como MFA e controle de acessos.

Além disso, é fundamental estar atento aos riscos envolvidos, como o ponto único de falha e a dependência de fornecedores.

Quando bem estruturado, o SSO não apenas simplifica a vida do usuário, mas também contribui significativamente para a maturidade de segurança cibernética da organização. 

Para empresas que buscam eficiência operacional e proteção reforçada de seus ativos digitais, o SSO é um componente indispensável de uma estratégia moderna de gestão de identidades e acessos.